segunda-feira, 12 de março de 2012

POEMA PARA VEGETARIANO LER



Não comerei da tua carne,
Oh insegura vaquinha!
Apenas me ceda seu leite
Que eu mesmo colherei
Da vaca que eu mesmo terei,
Para assegurar que não beberei leite criminoso,
Contribuindo para que bezerrinhos indefesos padeçam de fome
Para saciar minha sede.
Bezerros que logo se desenvolverão anabolizados,
Para cumprir seu papel em sua curta existência, nas mesas
Das famílias que acolhem sorridentes sua carcaça morta.

Não comerei da tua carne,
Oh insegura vaquinha,
Que vive no breu da tormenta.
Seus filhos aguardam numa espera de angústia
Que o aço frio lhe rasgue a nuca,
Para encherem barrigas de pessoas famintas,
Mas, entretanto com uma face serena e pacífica,
Perdoando ao carrasco que lhe furta a vida.

Não serei o canibal de tua carne.
O canibalismo está em todas as carnes
Que são ingeridas,
Somos feitos todos da mesma matéria temporária
Que é a carne,
Quem as devora, devora a si.

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